quinta-feira, 28 de abril de 2011

Tribunal de Justiça de São Paulo suspende o Projeto Nova Luz (Pini Web, 27/04/2011)

Órgão acatou pedido de liminar da Associação dos Comerciantes da Santa Ifigênia



Divulgação
Projeto está sendo desenvolvido pela prefeitura em parceria com o consórcio formado pela Concremat Engenharia, Cia City, Aecom e Fundação Getúlio Vargas
O desembargador Souza Lima, do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) acatou pedido de liminar de uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) impetrada pela ACSI (Associação dos Comerciantes da Santa Ifigênia) contra a lei que permite a concessão urbanística para o projeto Nova Luz, que pretende revitalizar a região central de São Paulo.

O advogado Kiyoshi Harada, que assina a ação, afirmou que a lei fere a Constituição ao conceder o direito a empresas de desapropriar e revender imóveis. O desembargador entendeu que o projeto da prefeitura pode ser uma "ampla intervenção urbanística sem observância do devido processo legal".

"Alem disso, é evidente o perigo da demora em razão da possibilidade concreta de danos irreversíveis aos imóveis dos associados do autor face às desapropriações previstas nas normas legais impugnadas", afirmou o desembargador em sua decisão.

A prefeitura previa o lançamento da licitação para julho deste ano. O prefeito Gilberto Kassab diz que o projeto ainda deverá acontecer. "Não é cancelamento, o Poder Judiciário, legitimamente, sempre participa, acompanha os processos, analisa as demandas. Estamos muito tranquilos em relação à continuidade, temos o maior respeito pelo Poder Judiciário e muita confiança de que é um projeto importante para a cidade e terá sequência", disse Kassab.


O projeto de revitalização vem sendo desenvolvido pela prefeitura em parceria com o consórcio formado pelas empresas Concremat Engenharia, Cia City, Aecom e Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Nova Luz, segundo seus desenvolvedores, é ancorado em três pontos principais: aproveitamento da vitalidade do comércio e das atividades culturais existentes para atrair novos moradores, trabalhadores, estudantes e visitantes; potencialização do investimento público realizado em infraestrutura de transporte e cultura; e indução ao desenvolvimento e investimentos na área por meio de concessão urbanística.


Artigo originalmente publicado em piniweb.com.br
Fonte: Pini Web, 27/04/2011.
Autor: Mauricio Lima.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Acelerador de partículas poderia ser usado como máquina tempo (Hype Science, 25/04/2011)


Pode parecer roteiro de filme de ficção científica, mas físicos acreditam que a viagem no tempo pode ser feita usando instalações já existentes. Segundo eles, o maior acelerador de partículas do mundo tem chances de ser usado como uma máquina do tempo para enviar um tipo especial de matéria ao passado.
















Os cientistas estudam uma forma de usar o Large Hadron Collider (LHC), o acelerador de partículas de 27 quilômetros de comprimento, enterrado no solo perto de Genebra, para enviar uma partícula hipotética de volta no tempo.

A questão, porém, ainda depende de algumas condições. Entre elas, a grande questão da existência ou não da tal partícula e a possibilidade de ela ser criada na máquina.

“Nossa teoria é a longo prazo, mas não é nada que não viole as leis da física ou restrições experimentais,” afirma o físico Tom Weiler, da Universidade Vanderbilt.

Se a teoria se mostrar correta, os pesquisadores asseguram que o método poderia ser usado para enviar mensagens tanto para o passado quanto para o futuro.

A hipotética partícula
Existem duas partículas relacionadas com a teoria da viagem no tempo: a Higgs singlet e a Higgs bóson.

A busca pela bóson foi uma das principais motivações para a construção do LHC em primeiro lugar. Desde que o acelerador começou a funcionar regularmente ano passado, ele procura por Higgs bosons. A máquina continua trabalhando arduamente.

Se o acelerador for bem sucedido em produzir a Higgs boson, acredita-se que a outra partícula também seja criada ao mesmo tempo.

Esta partícula pode ter uma capacidade única de escapar das três dimensões de espaço e uma dimensão de tempo em que vivemos e alcançar uma dimensão oculta que alguns modelos de física avançada acreditam existirem. Ao viajar através da dimensão oculta, as Higgs singlets poderiam entrar novamente nas dimensões em um ponto a frente ou para trás no tempo a partir de quando eles saíram.

“Uma das coisas atraentes desta abordagem sobre a viagem no tempo é que ela evita todos os grandes paradoxos”, explica Weiler. ”Porque a viagem no tempo é limitado a essas partículas especiais. Não é possível para um homem a viajar no tempo e assassinar um de seus pais antes que ele nasça, por exemplo”, exemplifica. Contudo, se os cientistas puderem controlar a produção das Higgs singlets, eles serão capazes de enviar mensagens para o passado ou futuro”.


Artigo originalmente publicado em hypescience.com
Fonte: Hype Science, 25/04/2011.
Autor: Bruno Calzavara.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Dez dos 27 novos governadores já respondem a processos de cassação (G1, 21/04/2011)

Principais acusações são abuso de poder político e compra de votos. Em caso de cassação, poderá haver novas eleições em sete estados.




Pouco mais de três meses depois da posse, dez dos 27 governadores eleitos no ano passado respondem a processo de cassação do mandato na Justiça. Eles tiveram a eleição questionada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base em acusações, como abuso de poder político e econômico, propaganda irregular e compra de votos.

Entre os processados na Justiça Eleitoral está o governador do segundo maior colégio eleitoral do Brasil, Minas Gerais, Antônio Anastasia (PSDB). A maior parte dos governadores que tiveram os mandatos questionados na Justiça é da região Nordeste: Wilson Martins (PSB-PI), Rosalba Ciarlini (DEM-RN), Cid Gomes (PSB-CE), Roseana Sarney (PMDB-MA) e Teotônio Vilela (PSDB-AL). A região Norte tem quatro governadores impugnados: Omar Aziz (PMN-AM), Anchieta Júnior (PSDB-RR), Tião Viana (PT-AC) e Siqueira Campos (PSDB-TO).

A tramitação desses processos, no entanto, pode durar quase o tempo inteiro do mandato de quatro anos. Entre os governadores eleitos em 2006, foram cassados pela Justiça Eleitoral os ex-governadores da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), do Maranhão Jackson Lago (PDT)e de Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB). As decisões do TSE que afastaram os três dos cargos saíram em 2009, no penúltimo ano de mandato.

Uma das fases mais demoradas do processo é a produção das provas e os depoimentos de testemunhas que servirão de base para cassar ou absolver o governador questionado na Justiça Eleitoral. Apenas três processos de pedido de cassação estão nessa fase mais avançada. São as ações contra os governadores Siqueira Campos (TO), Teotônio Vilela (AL) e Rosalba Ciarlini (RN).

Sete dos 10 governadores que respondem a processo no TSE foram eleitos no primeiro turno. Como tiveram mais de 50% dos votos válidos, caso sejam cassados, a Justiça eleitoral pode determinar a realização de uma nova eleição nesses estados.

Nos locais onde a disputa foi definida no segundo turno, o segundo candidato mais votado pode ser empossado em caso de cassação do titular do cargo. O tribunal tem decidido dessa forma nos últimos anos, mas esse entendimento pode ser modificado.

Veja abaixo a situação de cada governador que responde a processo no TSE.

Acre O Ministério Público Eleitoral é autor do processo que pede a cassação do governador Sebastião Viana (PT) e de seu vice, Carlos Cesar Correia de Messias. Eles são acusados de atos abusivos e ilícitos na utilização dos meios de comunicação e utilizar servidores de empresas privadas que executavam serviços ao estado do Acre, na divulgação e realização de campanhas.

Segundo o MPE, eles teriam conduzido a linha editorial dos periódicos de grande circulação e de canais de rádio e televisão locais, supostamente se beneficiando de matérias jornalísticas positivas, dirigindo críticas aos oponentes.

Ainda de acordo com o MPE, o Governo do Estado do Acre, teria direcionado verbas de publicidade e recursos financeiros a todos os principais jornais efetuando pagamentos por meio de interpostas pessoas jurídicas. Servidores do governo federal e da Prefeitura de Rio Branco teriam sido convocados a prestar apoio aos então candidatos. O processo aguarda parecer da Procuradoria-Geral Eleitoral.

O advogado de Viana, Admar Gonzaga, negou as acusações e afirmou que o processo não traz provas robustas que comprovem irregularidades.

Alagoas O governador de Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB), teve a cassação pedida pela coligação adversária acusado de compra de votos e utilizado, por meio da distribuição de combustíveis para aproximadamente 2.500 veículos que participaram de carreata em Maceió.

A coligação pediu ao TSE que solicitasse as provas colhidas pela Polícia Federal para comprovar as irregularidades.

O G1 entrou em contato com os advogados de defesa e não obteve resposta até a conclusão desta reportagem.

Amazonas Omar Abdel Aziz (PMN) e seu vice, José Melo de Oliveira, tiveram o mandato questionado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE). Eles são acusados de abuso de poder econômico e político, além de uso indevido dos meios de comunicação social.

Segundo o MPE, Aziz teria feito propaganda eleitoral antecipada por meio da veiculação de 30 peças de propagandas institucionais do governo estadual em rádios e TVs do Amazonas, totalizando mais de 6,5 mil inserções.

De acordo com o processo, o custo das peças, conforme dados da Agência de Comunicação Social do Amazonas, foi de R$ 4,08 milhões. O processo aguarda parecer da Procuradoria-Geral Eleitoral.

O advogado do governador, Daniel Jacob Nogueira, afirmou que se trata de “excesso de zelo” do MPE. Segundo ele, o Ministério Público teria reunido acusações já julgadas improcedentes pela Justiça Eleitoral do estado em um novo processo contra o governador.

Ceará A cassação do diploma do governador reeleito do Ceará, Cid Gomes (PSB), e de seu vice, Domingos Gomes de Aguiar Filho, foi pedida pela coligação do adversário Lúcio Alcântara. Eles são acusados de abuso de poder econômico e propaganda irregular.

Segundo a denúncia, o avião oficial do governo do estado teria sido usado na campanha. Além disso, teria sido feita propaganda institucional usando outdoors e placas em 3.800 obras públicas, com alusão ao futuro do estado, e publicações em jornais de todo o estado de propaganda afirmando que o estado estava no rumo certo economicamente.

Eles são acusados ainda de ter utilizado o Fortal, carnaval fora de época realizado em Fortaleza, para fazer propaganda antecipada por meio de cartazes, faixas e camisetas. Alcântara pede a realização de novas eleições no estado.

A advogada do governador afirmou que não poderia se pronunciar neste momento sobre o processo.

Maranhão Roseana Sarney (PMDB) e seu vice, Washington Oliveira (PT), tiveram o mandato questionado pelo deputado estadual José Maria da Silva Fontinele (PRTB-MA). Ele acusa os dois políticos de compra de voto, abuso do poder dos meios de comunicações e uso direto e indireto da estrutura da administração pública, em vários locais como escolas e ambulâncias.

A denúncia acusa a governadora reeleita de ter celebrado 79 convênios com prefeitura na intenção de buscar apoio para a eleição. Os contratos supostamente teriam “com desvio de finalidade, violação ao princípio da moralidade e ilegalidades, às vésperas do período eleitoral”, totalizando mais de R$ 400 milhões.

Além disso, a governadora é acusada de transferir verbas do Fundo Estadual de Saúde aos fundos municipais de saúde, a prefeituras governadas por “aliados ou neo-aliados”. O processo está na fase de produção de provas e oitiva de testemunhas.

O TSE vai analisar também se Roseana estaria inelegível por ter tomado posse em abril de 2009 – após a cassação do ex-governador Jackson Lago – sem se afastar para a reeleição.

O G1 entrou em contato com os advogados de defesa e não obteve resposta até a conclusão desta reportagem.

Minas Gerais O adversário de Antônio Anastasia (PSDB) na disputa pelo governo mineiro, Hélio Costa (PMDB), é o responsável pelo questionamento no TSE. Ele acusa o governador e seu vice, Alberto Pinto Coelho, de abuso de poder econômico durante a campanha de 2010.

Anastasia, que foi reeleito, é acusado de ter inflado os recursos repassados a municípios mineiros por meio de convênios. Segundo ele, o governo do tucano teria aumentado em 18 vezes o valor dos convênios no ano eleitoral, passando de R$ 54,6 milhões, em 2009, para R$ 982,1 milhões, em 2010.

Costa afirmou ainda que o governador reeleito teria anunciado um “pacote de bondades” para ganhar o apoio de prefeitos e usado os convênios como uma forma institucional de “comprar votos”.

A defesa do governador nega as acusações e afirma que os repasses aos municípios mineiros acompanharam o crescimento da arrecadação do estado e foram distribuídos por meio de critérios impessoais.

Piauí Wilson Martins (PSB) é acusado de compra de votos, propaganda irregular em municípios do estado e abuso de poder econômico. O mandato do governador e de seu vice, Antônio José de Morais Sousa Filho, é questionado pelo PSDB.

Segundo as denúncias da legenda, cabos eleitorais de Martins teriam abordado eleitores do município de Parnaíba (PI) nas ruas e levados para obter o documento de identidade sem o pagamento da taxa.

O governador é acusado ainda de transformar evento da prefeitura da cidade de Batalha (PI) em “palanque eleitoral”, inclusive supostamente usando prédios públicos. O processo

Martins negou todas as acusações. Segundo a assessoria dele, adversário buscam na Justiça um “terceiro turno” e estariam fabricando denúncias para desqualificar a campanha do governador.

Rio Grande do Norte A governadora Rosalba Ciarlini Rosado (DEM) e seu vice, Robinson Faria, são questionados na Justiça, por partidos políticos adversários na disputa. Eles são acusados de abuso de poder econômico, uso indevido dos meios de comunicação e propaganda eleitoral irregular.

De acordo com as denúncias, Ciarlini teria se beneficiado em relação aos concorrentes com 104 aparições na em uma emissora de TV no estado durante o primeiro semestre de 2010.

Além disso, a governadora é acusada de ter usado a verba indenizatória dada pelo Senado para pagar despesas da campanha de 2010. Segundo o processo, haveria suposta coincidência entre prestadores de serviços pagos pelo Senado com aqueles que prestaram serviços eleitorais para a ex-senadora.

O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa do governador e com os advogados de defesa e não obteve resposta até a conclusão desta reportagem. O processo está na fase de produção de provas e depoimento de testemunhas.

Roraima O mandato do governador Anchieta Júnior (PSDB) é contestado pelo adversário dele na disputa pelo governo local, Neudo Campos. As denúncias acusam o governador de abuso de poder político e econômico e de uso de meios de comunicação para propaganda eleitoral, que teria desequilibrado a disputa pelo governo do estado.

Segundo Neudo Campos, a população foi “bombardeada por uma massacrante propaganda eleitoral” em benefício próprio e contra o adversário. Para isso, segundo Campos, teriam sido usados veículos institucionais do governo, como a rádio Roraima e o Diário Oficial do estado.

Em fevereiro deste ano, Anchieta Júnior teve o diploma cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR). A defesa recorreu ao TSE e uma decisão liminar manteve o governador no cargo. O processo aguarda parecer da Procuradoria-Geral Eleitoral.

Anchieta Júnior nega as acusações. Em entrevista ao G1, ele sustentou que as acusações não são motivo para cassação

“Minha campanha foi limpa. Não houve uso da máquina. (...) O objeto desse processo é fraco e não existe jurisprudência no TSE de cassação por conduta vedada, mas é um aprendizado, faz parte da vida”, declarou o governador tucano.

Tocantins Siqueira Campos (PSDB) é acusado de usar veículos institucionais de comunicação em benefício próprio, abuso de poder político e econômico e compra de votos. A eleição de Campos foi questionada por adversários políticos.

O processo, que está na fase de produção de provas, vai investigar ainda denúncias de compra de votos de eleitores do município de Presidente Kennedy (TO), que alegam ter recebido R$ 200 por voto. O governador também é acusado de arrecadação ilegal de recursos para a campanha.

O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa do governador e com os advogados de defesa e não obteve resposta até a conclusão desta reportagem.



Artigo originalmente publicado em g1.globo.com
Fonte: G1, 21/04/2011.
Autor: Débora Santos.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Light Touch, um teclado projetável que pode ser usado em qualquer superfície (Tech Tudo, 20/04/2011)


Desenvolver soluções criativas e práticas é o objetivo de alguns fabricantes de tecnologia. E, como a tecnologia de toque está na moda, apresentamos aqui mais uma forma alternativa e original de se utilizar um teclado no seu computador. O Light Touch pode ser um dos teclados mais versáteis que já encontramos, e é indicado para aqueles que não possuem muito espaço no escritório, e que querem usar a própria mesa como teclado.

Light Touch (Foto: Reprodução)Light Touch (Foto: Reprodução)

Na verdade, o Light Touch permite que você projete um teclado em qualquer tipo de superfície, como mesas, poltronas, paredes, enfim, onde quer que você imagine. Vale registrar que a tecnologia do Light Touch não chega a ser uma novidade, pois já foi apresentada antes em outros produtos, mas é a primeira vez que vemos uma solução com recursos multi-touch, permitindo ao menos em teoria, uma digitação mais ágil e natural para o usuário.

A proposta Light Touch ainda deixa algumas dúvidas no ar. Uma delas é como que o produto vai se comportar com os problemas de interferência de luz, que certamente acontecerão no uso diário? Será que o produto funciona bem em ambientes bem iluminados? Outra dúvida é sobre o tempo de resposta do teclado virtual. É difícil imaginar que o Light Touch possa ter a mesma rapidez de digitação de um teclado físico, mas de qualquer maneira, trata-se de um conceito bem interessante para quem quer um teclado que ofereça uma interface para ações multimídia e apresentações.

Abaixo, você pode conferir um vídeo de demonstração do Light Touch.



Artigo originalmente publicado em techtudo.com.br
Fonte: Tech Tudo, 20/04/2011.
Autor: Eduardo Moreira.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Tecnologia na PM: equipamentos de ponta na luta contra o crime (Olhar Digital, 17/04/2011)

Câmeras térmicas, microcâmeras, helicópteros que custam milhões, tablets, GPS e até 4G auxiliam na segurança da população


Para entender um pouco melhor esse enredo do embate da tecnologia contra o crime, talvez o mais fácil seja começar por onde quase todas as ocorrências policiais têm início: o Copom – Centro de Operações da Polícia Militar. Aqui, são centralizadas todas as 35 mil ligações diárias feitas para o 190 em São Paulo.


A essa operação de guerra no atendimento dos chamados, somam-se sistemas inteligentes de Registro Digital de Ocorrências e de Informações Criminais. Com eles, os policiais têm um mapa online da criminalidade.

Nesta telinha, o soldado monitora o sinal de GPS e sabe onde está cada viatura, quem está a bordo delas, além de localizar ocorrências e estabelecer pontos onde há maiores incidentes criminais.

Neste mesmo prédio, chegam as imagens das mais de 270 câmeras instaladas em pontos estratégicos da cidade. São olhos eletrônicos que funcionam 24 horas por dia, 7 dias por semana. Alguma dessas câmeras são de última geração: elas se movimentam em 360 graus e têm alcance de até três quilômetros de distância.

"Já tivemos pontos de tráfico de entorpecentes na praça da Sé. Ficamos uma hora e meia identificando quem eram os traficantes e os usuários e, a partir daí, teve a intervenção da polícia. Prendemos seis indivíduos, porque ficamos monitorando", conta o Tentente Moisés do Nascimento, porta-voz da COPOM.

Além das câmeras, o policiamento conta com “motolinks” como esta. A partir delas, dá para gravar toda uma operação e transmitir as imagens em tempo real para esta unidade móvel. Se precisar descer do veículo, o policial pode levar esta mochila e continuar filmando e transmitindo tudo ao vivo. Para completar o conjunto, esta é a “Snake”, uma câmera de fibra ótica ultrafina capaz de filmar até por um buraco de fechadura. Com sensor térmico, ela identifica um suspeito mesmo que ele esteja escondido em um ambiente totalmente escuro.

Um aliado recente são os tablets, que até julho deste ano estarão instalados em todas as 11 mil viaturas. Além do GPS, nos tablets os policiais vão receber informações do Copom, saber onde estão as outras viaturas e fazer consultas como placas de veículos e RG’s de suspeitos. Todas as informações são transmitidas via telefonia celular, pela rede 3G.

"O objetivo do tablet é levar conhecimento para o policial, consolidar essas informações, pegar esses dados em tempo real nos nossos bancos de dados e transmiti-los aos computadores de bordo para essas viaturas. Então, já dá para ter uma ideia do que é possivel fazer no futuro", explica o Tente Cel. Alfredo Deak Jr, chefe do dep. de processamento de dados da PM.

O próximo passo, que também já está em fase de testes, é a instalação de câmeras nas próprias viaturas. Para isso funcionar, a PM estuda um projeto em LTE, o 4G – que é a próxima geração de telefonia celular que já está em operação em países como os Estados Unidos. Com a velocidade extra oferecida pelo 4G, será possível transmitir vídeo em tempo real para o sistema.

O último capítulo dessa história passeia pelos céus: são os helicópteros. Aqui, o que mais chama a atenção são as câmeras infra-vermelho térmicas. Elas giram 360 graus e são capazes de identificar um indivíduo pelo calor do corpo; e ainda tem a função de tracking, ou seja, podem acompanhar automaticamente um objeto em movimento. É claro que toda essa tecnologia tem um preço. No caso, 800 mil dólares, quase um milhão e trezentos mil reais para cada câmera.



Os helicópteros ainda fazem a função de “downlink ou uplink”. Por meio desta antena, eles podem tanto receber imagens de terra e transmitir para a base como também enviar as imagens captadas lá de cima para a central. Só em tecnologia, cada um desses helicópteros tem cerca de 2 milhões de dólares, ou cerca de 3 milhões e meio de reais em equipamentos.

"Um dos grandes vetores hoje, no comando da instituição, é trabalhar com tecnologia e inteligência, otimizando nossos recursos. Hoje uma viatura tem recursos tecnológicos embarcados que fornecem informações de ponta como marginais que já foram presos naquela região. Então, o policial está passando no local e tem condições de saber de imediato quem mora na rua, quem morou e quem costuma atuar naquela região", explica o Tenente Cel. Marco Antonio Severo, comandante do grupamento Águia. O Tenente ainda conta que com tudo isso, somado aos recursos do helicóptero, se forma um sistema de recursos tecnológicos de primeiro mundo.

A tecnologia de primeiro mundo tem dado resultado no combate ao crime. É claro que ainda há um longo caminho a percorrer, para que as ruas brasileiras sejam realmente seguras: mas já é um começo. Divulgado no começo do mês pelo Ministério da justiça, o Mapa da Violência aponta o Estado de São Paulo como o que mais reduziu os índices de homicídios no país. Nos últimos 10 anos, essa redução chega a 80%.

Artigo originalmente publicado em olhardigital.uol.com.br
Fonte: Olhar Digital, 17/04/2011.
Autor: Olhar Digital.