quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Como funciona o Google Street View (Baixaki, 13/08/2010)


O serviço de visualização de ruas da Google já abrange várias cidades. Mas, você sabe como ele realmente funciona?

Com o Google Street View é possível passear por ruas do mundo todo. Mas, antes dele, veio o Google Earth, uma verdadeira inovação em relação ao modo de navegar pelo mundo. Com o uso de imagens do mundo todo, por satélite, de forma tão detalhada, começou a ser possível ver de perto as cidades.

Fazer um tour pelo mundo e ver relevos de forma tão realista fascinou milhões de internautas e passou a ser cada vez mais comum assim que foi integrado a outro serviço da Google que surgiu na mesma época, o Google Maps.

Assim, os próprios internautas começaram a utilizar ambos os serviços em seu dia a dia, pois localizar ruas e criar rotas se tornou cada vez melhor. E, visando melhorar ainda mais a experiência dos usuários, foi lançado o Google Street View.

Uma nova forma de explorar o mundo

O Google Street View foi lançado em maio de 2007 com a intenção de permitir a todos uma exploração do mundo por imagens tridimensionais. Isso fez com que fosse possível ir além da visão aérea restrita de antes para realmente “viajar” pelas cidades como se fosse um pedestre.

O funcionamento é realmente muito simples. Tudo o que você precisa fazer é ir até uma cidade e clicar no pequeno boneco amarelo (batizado de “Pegman” pelos criadores) que fica acima da barra de zoom, no lado esquerdo da tela. Ao arrastar o Pegman para fora da barra, as ruas que ficarem azuis indicam onde o Google Street View já está presente. Solte-o em uma rua e pronto, a visualização muda automaticamente.



Quando você finalmente está “dentro” das ruas, basta clicar e arrastar com o mouse para visualizar o local em 360°. Você pode dar zoom em detalhes e avançar para outras ruas ao dar um duplo-clique. É claro, entretanto, que o Google Street View ainda não está disponível em todos os países, como no Brasil.

Como as imagens são capturadas

A Google coleta as imagens usando câmeras especiais, além de fazer automaticamente a combinação das fotos tiradas com a localização exata, graças ao GPS (Sistema de Posicionamento Global). As imagens são totalmente panorâmicas, girando 360° no sentido horizontal e 290° no vertical.



No início, a captura de imagens era feita com uma van. Depois de um tempo, carros de diversas marcas (em alguns casos provenientes de patrocínios, como no Brasil) começaram a dar as caras nas ruas e tirar dezenas de milhões de imagens pelo mundo.

Um veículo bastante curioso é o "Trike" (nome dado pela própria empresa). Trata-se de um triciclo que usa a mesma tecnologia dos carros para tirar as fotos. O equipamento fica todo em uma espécie de "caixa de sorvetes". O veículo é usado para chegar em locais inacessíveis por um carro, como trilhas de bicicletas e campus universitários. Até mesmo o Stonehenge pode ser visto graças ao veículo (clique aqui).



Outro veículo utilizado, mas não menos interessante, é o snowmobile. Como o nome já diz, trata-se de um veículo especial para a neve. Assim, é possível capturar imagens de estações de esqui, estradas com neve e até mesmo montanhas. Ou seja, você pode passear pelas montanhas como se estivesse usando um par de esquis (clique aqui para ver).

Alguns locais podem não ser adicionados em um primeiro momento no Google Street View simplesmente porque não são acessíveis por nenhum dos veículos. Os carros são limitados às ruas públicas e que estiverem em funcionamento. Sendo assim, um trecho em obras já é o suficiente para que um local seja deixado no momento de lado para a captura.

O tempo de captura com qualquer um dos veículos é relativamente alto, pois se trata de um processo minucioso e que depende de diversos fatores como o clima e a geografia do local. É por isso que uma cidade inteira pode levar muitos meses.

Por dentro do carro da Google

Atualmente os carros contam com nove câmeras direcionais, sendo oito delas localizadas nas laterais do equipamento para visões em 360°. No topo é usada uma lente olho de peixe para captar a visão de 290° vertical. Scanners que lançam raios laser são encarregados de medir a profundidade e verificar como deve ser a tridimensionalidade do terreno em até 30 metros de distância.



O carro também conta com o receptor GPS, encarregado de “marcar” as fotos com o posicionamento. Também há uma antena que coleta dados 3G e Wi-Fi (um problema recente, já que a empresa tem sido alvo de críticas pelo suposto roubo de informações pessoais de redes desprotegidas). E, claro, o carro tem um computador para o armazenamento das imagens e dos dados.

Depois da captação, o processamento

Depois que as fotos são tiradas pelos veículos é hora de realizar o processamento nos computadores. Primeiramente, todas as imagens capturadas são unidas aos dados obtidos para criar um panorama praticamente perfeito.

O próximo passo é o uso de uma tecnologia que detecta automaticamente alguns elementos que estejam na foto. Com essa detecção, é possível apagar e borrar os rostos de pessoas, placas e outras informações privadas nas fotos antes de enviá-las para o Google Maps. Isso evita que informações privadas caiam na internet e causem algum tipo de problema.



A nova solução encontrada para tirar pessoas que aparecem na captura é relativamente interessante. Indo além dos borrões, o estudante Arturo Flores, da Universidade da Califórnia, em San Diego, utilizou como base o detector de pessoas criado pelo seu professor, Serge Belongie, para simplesmente "apagar" os pedestres.

Ou seja, o sistema analisa a imagem e, quando encontra uma pessoa, faz uma identificação dos pixels em volta para tentar preencher o local com o fundo. O único problema é que o sistema se restringe às pessoas, o que ocasiona cachorros passeando sem seu dono, assim como guarda-chuvas e sapatos que voam, por exemplo.



Onde já existe o Street View e quando teremos isso no Brasil?

O Google Street View começou a captura de imagens e disponibilizou o serviço em sua terra natal, Estados Unidos. Em uma página chamada “Where is Street View Available” é possível encontrar um mapa que marca em azul todos os países que já tiveram a captura, como toda a América do Norte, boa parte da Europa e da Oceania, Japão e África do Sul.

Entretanto, vários países, como Portugal e Grécia, fizeram queixas em relação ao serviço, pois alegaram que a Google estaria infringindo sua política de privacidade, com rostos, placas e outras informações que apareciam no serviço. Países com alta censura em relação à internet, como a Coréia do Norte, proibiram totalmente o serviço.

O Brasil não fica de fora do Street View. Na segunda metade de 2009 foi anunciada uma parceria com a Fiat para fotografar, no início, duas cidades brasileiras: Rio de Janeiro e São Paulo. Os carros escolhidos, no modelo Fiat Stilo, já foram vistos em diversas ruas das cidades e anunciados nas redes sociais pelos usuários.



A estimativa é de que, até o final do ano, já seja possível passear pelas cidades com o serviço. Entretanto, carros com a câmera da Google já foram vistos em outras cidades brasileiras importantes, como Belo Horizonte e Curitiba.

O lado bizarro do Google Street View

A intenção do Google Street View é capturar as ruas. Mas, quem disse que é só isso que aparece nas imagens depois? Fatos bizarros, pessoas fantasiadas e muito mais acabam por aparecer quando você menos espera. É por isso que você não pode deixar de conferir as hilárias galerias de imagens “Os flagras do Google Street View” e "Imagens peculiares do Google Street View" aqui no Baixaki.



Como você pôde perceber, o Google Street View é um serviço relativamente recente, mas que já abrange várias cidades. As múltiplas possibilidades dele provavelmente são a razão de seu sucesso. Agora é só agurdar até que finalmente possamos ver a rua de nossas casas no site. Quem sabe você não é flagrado em alguma situação engraçada também?

Artigo originalmente publicado no site Baixaki.

Autor: Eduardo Karasinski
Fonte: Baixaki, 13/08/2010

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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Primeiras impressões: Positivo Premium 3D (Baixaki, 31/08/2010)


Configurações robustas e imagens excelentes. Conheça o notebook 3D da Positivo Informática.

As expectativas não eram tão robustas quanto as configurações deste notebook, que foi apresentado oficialmente durante a CIP 2010. O Positivo Premium 3D começa a ganhar a atenção quando mostra seus primeiros detalhes técnicos: processador Intel Core i-7, 4GB de memória DDR3 e 640 GB de capacidade de armazenamento.

Mas o grande diferencial dele está em seu kit Nvidia, composto por placa de vídeo Nvidia GeForce GTS 360M DDR5, com um 1GB de memória de vídeo dedicado e óculos 3D Nvidia. Essa placa gráfica garante a reprodução de jogos e vídeos em três dimensões com qualidade excelente.



A tela de 15,6 polegadas reproduz as imagens em 3D. Nos testes durante a conferência, o Baixaki não teve problemas para visualizar as imagens saltando da tela e indo em direção aos olhos. Segundo a Positivo, este é o único produto anunciado que só chega ao mercado ano que vem, pelo preço de 6.499 reais.

Artigo originalmente publicado o site Baixaki

Autor: Renan Roesler Hamann
Fonte: Baixaki, 31/08/2010

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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Apple cria locadora virtual de filmes e renova linha de iPods nos EUA (Tecnologia e Games - G1, 01/09/2010)


Novo iPod nano tem tela sensível ao toque.
iTunes 10 apresenta rede social musical.


A Apple apresentou nesta quarta-feira (1) o novo modelo da Apple TV que permite alugar filmes e seriados de TV sem a necessidade de armazenar os vídeos em um disco rígido, criando uma locadora virtual para os usuários. No evento realizado em San Francisco, Steve Jobs, o CEO da empresa, revelou também a nova linha de iPods, a nova versão do iTunes com a rede social de música Ping, e o lançamento do sistema operacional para o iPhone e iPod touch, o iOS 4.1.

Confira a galeria de fotos da apresentação.

É tradição da empresa de Steve Jobs lançar novas versões da linha de iPods em encontros anuais para a imprensa. Pela primeira vez, a Apple disponibilizou streaming ao vivo do evento, mas só para equipamentos da empresa, como Macs, iPhones, iPod Touch ou iPad.

Buscando sucesso com a Apple TV, tocador de mídias digitais, Jobs apresentou o novo modelo, menor do que o anterior, que chegará ao mercado nos próximos dias custando US$ 99. A novidade é que o aparelho permite alugar seriados de TV e filmes que são assistidos por meio de streaming, sem a necessidade de armazenar o conteúdo em um disco rígido.

Os filmes custarão cerca de US$ 5 (lançamentos) e os seriados, US$ 0,99. Ainda, será possível enviar para a Apple TV vídeos, músicas e fotos armazenados nos computadores e iPads. Segundo a assessoria de imprensa da Apple, a empresa não comercializa no Brasil a Apple TV.

Novo iOS

Segundo Jobs, mais de 120 milhões de aparelhos, que usam o sistema iOS, foram vendidos no mundo. De acordo com dados da empresa, 6,5 bilhões de aplicativos foram baixados até o momento, ou seja, 200 apps por segundo.

No iOS 4.1 para iPhone e iPod touch, que deve ser lançado nos próximos dias, a Apple corrigiu as falhas do sensor de proximidade, de Bluetooth e da performance do iPhone 3G. O iPhone 4, com a atualização, se torna compatível com fotos HDR.

O sistema operacional permite que os gamers possam jogar on-line por meio de conexões Wi-Fi e Bluetooth, ter "conquistas" e ver rankings pela internet. Jobs anunciou que o sistema operacional do iPad, iOS 4.2, chega em novembro.

iPods

Antes de mostrar as novas versões dos iPods, Jobs anunciou que 275 milhões de aparelhos desse tipo foram vendidos desde o lançamento. O primeiro iPod apresentado foi o shuffle. Segundo Jobs, a terceira versão não tinha os botões e, por isso, não foi muito bem aceito pelo público. O novo modelo retorna com os botões e está ainda menor do que o primeiro, mas com bateria de 15 horas. O novo shuffle conta com cinco cores, 2 GB de espaço e o preço é US$ 49.

Depois, Jobs mostrou a nova versão do iPod nano. Para a 4º geração, a Apple reduziu o seu tamanho, eliminando o clickwheel e trazendo uma tela sensível ao toque. Ele possui um clip para prender na roupa como o usado no shuffle. Segundo Jobs, o nano se tornou 46% menor e 42% mais leve e a bateria dura 24 horas. O preço é de US$ 149 (8GB) e US$179 (16GB).

No Brasil, a assessoria de imprensa da companhia divulgou que os iPods shuffle e nano devem chegar em duas semanas. O primeiro vai custar R$ 299 (2GB). O segundo será vendido por R$ 549 (2GB) e R$ 649 (16GB).


O iPod touch, o mais popular da linha de acordo com a Apple com 1,5 bilhão de games comprados, recebeu uma versão mais fina, com a tela “retina display”, a mesma usada no iPhone 4, com mais definição, uma câmera frontal, o FaceTime (conversa por meio de vídeo) e 40 horas de bateria. Os preços: US$ 229 (8GB), US$ 299 (32GB) e US$ 399 (64GB).

iTunes
O programa de músicas da Apple, o iTunes foi renovado. A versão 10 do software, já disponível para download, apresenta a rede social Ping. Ela permitirá que os fãs fiquem conectados com as músicas de seus artistas favoritos, além de poder descobrir novas canções.

“Um dos principais fatores que nós focamos no novo iTunes é a ‘descoberta’. Como descobrimos sobre algo novo? As pessoas estão sempre perguntando, o que meus amigos estão escutando? Quais as novidades dos meus artistas favoritos?”, disse Jobs. Por isso, para o iTunes 10, a Apple anunciou o lançamento do Ping, definida pela empresa como uma rede social de música.

Segundo Jobs, 11,7 bilhões de músicas já foram baixadas a partir do programa, mais de 450 milhões de episódios de TV, 100 milhões de filmes e 35 milhões de livros. Outra novidade é que o logo do iTunes 10 foi trocado, sendo retirado o desenho do CD, já que ele foi ultrapassado há tempos pelos MP3s.

Artigo originalmente publicado na seção Tecnologia e Games do G1.

Fonte: Tecnologia e Games - G1, 01/09/2010
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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Realidade aumentada deixa de ser ficção científica(PCWorld, 10/08/2010)



Associada inicialmente a truques baratos, tecnologia ganha espaço e mostra inovação; saiba como ela funciona.

A realidade aumentada, que tantas vezes foi alvo da ficção científica, está aqui, ali e em todo lugar. Uma busca no Google News traz cerca de 700 artigos recentes sobre a tecnologia e as empresas que dizem oferecê-la.

O que é realidade aumentada? Em poucas palavras, ela trata da inserção de conteúdo gerado pelo usuário em nosso campo de visão – uma combinação capaz de nos contar mais do que vemos.

Em algum momento no futuro, poderemos ter parabrisas, máscaras de mergulho e até óculos capazes de nos dar informações sobre o que vemos.

Por exemplo, um parabrisas com um sistema de realidade aumentada poderia reconhecer prédios e identificá-los para nós no próprio parabrisa, fornecendo indicações de direção passo a passo, informações de sinais de trânsito e alertas sobre situações de perigo adiante.

Óculos poderiam usar uma câmera embutida na armação, cuja imagem fosse visível apenas a nós, para identificar pessoas, informar seus nomes e dizer quando foi que os encontramos pela última vez.

Lembra-se da “visão de Exterminador”? Os filmes da série “O Exterminador do Futuro” mostrava o mundo a partir da perspectiva do robô interpretado por Arnold Schwarzenegger. Veículos, pessoas e objetos eram identificados instantaneamente dentro de seu ângulo de visão. Havia também análises: o robô calculava as probabilidades, como ameaças e baixas, em tempo real, e mostrava a informação sobre aquilo que estava olhando.

Busca de problema

Algum dia seremos capazes de fazer algo assim. Enquanto isso, a realidade aumentada é uma solução em busca de problema.

Uma startup chamada Atomic Greetings oferece “cartões de visita com realidade aumentada”. Você elabora seu próprio cartão e carrega um vídeo para acompanhá-lo. A empresa envia o cartão de papel pelo correio. Quando o destinatário o mostrar para um PC com webcam, seu vídeo aparecerá como que saindo do cartão (mas será mostrado apenas na tela do PC).

A Olympus tem usado realidade aumentada para promover sua câmera PEN E-PL1. Quem segurar um cartão especial em frente à webcam verá, na tela do PC, uma versão da câmera gerada por computador. Não há benefício aparente além de mostrar como você fica fabuloso quando segura a câmera.

Uma agência de marketing e publicidade interativa chamada Zugara oferece a seus clientes uma grande variedade de promoções de realidade aumentada. Muitas delas envolvem exibir coisas às webcams das pessoas – coisas que não existem de fato. A melhor delas é uma aplicação que simula a prova de roupas em lojas online. Botões flutuam no espaço ao redor do usuário. Ao passar a mão por um deles, o usuário ativa o botão (para funções como mudança de estilos, cores e assim por diante).

A BMW usa realidade aumentada para comercializar seu modelo Z4. Funciona assim: você imprime um símbolo especial. Quando apontar sua webcam para a impressão, o carro aparecerá milagrosamente na tela. Você poderá então aumentar ou diminuir a imagem do carro e até guiá-lo sobre sua mesa. A Toyota e a Audi têm promoções semelhantes.

Cartões colecionáveis

Um dos primeiros truques de realidade aumentada disponíveis comercialmentes vem da empresa de cartões de beisebol colecionáveis Topps, que começaram a circular há cerca de um ano e meio. Os cartões Topps 3D Live mostram uma versão 3D de cada cartão quando exibidos a uma webcam.

Uma revista chamada Time Out New York Kids publicou uma capa recente que usava realidade aumentada. Ao apontar seu celular para a capa (que mostrava a foto de um coral de estudantes de Ensino Fundamental), você poderia ver um vídeo que, surgindo da revista, mostraria as crianças cantando.

À primeira vista, essas aplicações de realidade aumentada parecem legais, mas carecem de novidade. E as novidades perdem efeito rapidamente. Essas campanhas de marketing levam os consumidores a participarem de experiências para ver um vídeo sem sentido que liga algo que não está lá com algo que está. Dá para imaginar que apenas uma minoria de consumidores faz isso uma vez, talvez duas. Mas, satisfeita a curiosidade, eles se cansam facilmente.

O maior problema com esses exemplos é que eles não aumentam a realidade. Eles aumentam marketing e mídia.

Mundos artificiais

No geral, a realidade aumentada envolve ao mesmo tempo utilidade e o aumento do mundo real, não mundos artificiais de marketing e mídia.

Uma empresa chamada Shotzoom Software lançou recentemente um app de 20 dólares para iPhone 4 chamado Golfscape, que usa o giroscópio embutido no celular para mostrar distâncias quando se aponta o aparelho para, digamos, o buraco do campo de golfe no qual você quer acertar.

O Golfscape imita a realidade aumentada dos programas esportivos de TV, onde a linha de impedimento no futebol ou o recorde mundial de natação é representado em tempo real na tela durante a competição ou partida. Ela combina o campo de jogo com dados sobre o próprio jogo.

Os apps para smartphones oferecem um tipo limitado de realidade aumentada – na verdade, uma simulação de realidade aumentada – baseado em localização mais direção, tal como detectada pelo GPS, bússola, acelerômetro e, se existir, giroscópio.

Mas, sem o reconhecimento de objetos, isso não é realmente realidade aumentada, e não é provável que seja adotada pelo público geral que usa smartphone.

Localizador de carros

A Acrossair constrói apps iPhone personalizados, incluindo um chamado navegador Acrossair. Há um guia, feito por eles, que o ajuda a localizar bares. Ele mostra “sinais” flutuando no espaço enquanto você olha em volta, usando a localização dos sinais virtuais como uma indicação da direção do bar. E sua função Carfinder permite usar o GPS para localizar seu carro. Para encontrá-lo depois, basta carregar o app e ver a direção e a distância na tela. (Não combine bebida com direção. Não há como aumentar sua saída da realidade de uma prisão por dirigir alcoolizado.) Mas a empresa tem outros apps. Um app com Twitter mostra os tweets em bilhetes virtuais flutuando no espaço, que indicam a direção da pessoa que a escreveu.

Outros apps semelhantes incluem os navegadores Wikitude World Browser, Robot Vision e Layar. Para usar esses apps, basta que você carregue a aplicação e segure seu celular, e ela lhe mostrará a visão da câmera com lojas de café, museus ou qualquer coisa flutuando no espaço em mais ou menos a direção na qual eles residem.

O mais avançado desses é o navegador Wikitude. Diferentemente dos apps de direção, o Wikitude identifica o prédio, e então liga a nota a ele. A tecnologia é impressionante, mas está sendo usada de um modo que degrada a experiência. Como a imagem vem como vídeo, ela chacoalha ou treme de acordo com os movimentos de sua mão; mas a informação está presa ao prédio. Resultado: aquilo que você tenta ler fica saltando pela tela. Alguém pode explicar a razão de funcionar desse jeito?



No fundo, podemos questionar até a razão de essas apps existirem. Quando você quer saber o caminho até uma cafeteria, não há vantagem em mostrar a visão de câmera. Segurar a câmera no ar, como um estranho, e girar até 360 graus para encontrar uma Starbucks (que no fim das contas irá levá-lo às direções do Google Maps, de qualquer forma) não é melhor que simplesmente digitar "café" diretamente no Google Maps.

Para que serve
A ideia de realidade aumentada tem sido prematuramente cooptada para criar interfaces impressionantes, porém inferiores aos dados de visualização a que nós já temos acesso. Mas não é para isso que existe a realidade aumentada.

Em outras palavras, sem a identificação do objeto a realidade aumentada não é realmente a realidade aumentada. Ao sobrepor dados geoidentificados a uma imagem captada pela câmera, nós obtemos o visual da realidade aumentada sem o benefício final, que é ser capaz de melhorar nossa visão do mundo com informação sobre o que estamos vendo, independentemente de localização.

A realidade aumentada se tornará capaz de mudar nossas vidas quando for combinada com reconhecimento de objetos e reconhecimento de faces.

Vale destacar, contudo, que todas as tecnologias atuais serão úteis para a realidade aumentada real – isso quando nós tivermos resolvido o problema do reconhecimento. Por exemplo, o uso de localização mais direção será útil para restringir as possibilidades de objetos a serem reconhecidos.

A Intel, por exemplo, está trabalhando em um sistema para reconhecer prédios comparando a foto que você tira com sua câmera com as de uma base de dados de fotos. Ao propor isso, a Intel está realmente usando reconhecimento de padrões. O segredo é que ela considera apenas as fotos de objetos próximos a sua localização, como informado pelo GPS de sua câmera.

A tecnologia da Intel não é muita (e ainda não está disponível), mas é um começo. De fato, centenas de empresas e universidades estão trabalhando em problemas que, uma vez resolvidos, trarão a realidade aumentada como a do “Exterminador” a todos nós. A realidade aumentada do futuro trará todos esses dados - localização, direção, padrões especiais, e padrões e reconhecimento facial – e os combinará com uma inovadora tecnologia de display.

A realidade aumentada parece estar em todo lugar. E ainda não está em lugar nenhum. Aproveite para explorar esses novos truques de marketing e aplicações baseadas em geolocalização. Mas perceba também que, apesar de eles serem chamados de realidade aumentada, a coisa real não é realidade – ainda.

Artigo originalmente publicado em PC World. Tecnologia + Inovação + Produtividade

Fonte: PC World, 10/08/2010.
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